domingo, 6 de abril de 2008

Esopo

Esopo era um escravo que viveu na Grécia há aproximadamente 3.000 anos.
Tornou-se famoso pelas suas pequenas histórias de animais,
cada uma com um sentido e um ensinamento ,os seus animais falam, cometem erros,
são sábios ou tolos, maus ou bons, exatamente como os seres humanos.
O propósito de Esopo, em suas fábulas, é mostrar como nós, homens, podemos agir.
Não se sabe muito à seu respeito, até mesmo porque outros fabulistas receberam o seu nome e as histórias de suas vidas se misturam.
Dizem que as suas fábulas encantaram tanto o seu dono ,que ele o libertou.
As fábulas de Esopo , contadas e readaptadas por seus continuadores, como Fedro,
La Fontaine e outros, tornaram-se parte de nossa linguagem diária. "Estão verdes", dizemos quando alguém quer alcançar coisas impossíveis - o que é a expressão que a raposa usou quando não conseguiu as uvas.
Esopo nunca escreveu suas histórias, contava-as para os seus conterrâneos, que por sua vez contavam para outros....
Mais de 200 anos depois da morte de Esopo é que as suas fábulas foram escritas.
Em outros países além da Grécia, em outras civilizaçãos, em outras épocas, sempre se inventaram fábulas que permaneceram anônimas. Quando falamos: "Macaco velho não mete a mão em cumbica!" ,estamos repetindo o ensinamento de uma fábula. Assim podemos dizer que, em toda parte, a fábula é um conto de moralidade popular, uma lição de inteligência , de justiça , de sagacidade, trazida até nós pelos nossos Esopos.
Eis aqui algumas histórias.


A Raposa e as Uvas

Uma raposa faminta entrou num terreno onde havia uma parreira, cheia de uvas maduras, cujos cachos se penduravem muito muito alto, em cima da sua cabeça. A raposa não podia resistir à tentação de chupar aquelas uvas mas, por mais que pulasse, não conseguia abocanhá-las. Cansada de pular, olhou mais uma vez os apetitosos cachos
e disse:

- Estão verdes...

(moral da história)

" É fácil desdenhar daquilo que não se alcança."


O Feixe de Varas


Era uma vez um pai cujos filhos viviam brigando entre si. Tentou ensiná-los a evitar
aquelas discussões, mas em vão. Um dia, chamo-os todos e mostrou-lhes um feixe de varas, disse-lhes:
- Dou um prêmio a quem conseguir quebrar este feixe de varas.
Cada um dos filhos experimentou, curvando o feixe nos joelhos, no pescoço, sem conseguir quebrá-los, por fim, o pai desamarrou o feixe e partiu as varas, uma a uma, e lhes falou:
- Se vocês se mantiverem unidos, ninguém ousará lutar contra vocês. Se se separarem, estão perdidos.

"A união faz a força".


A Cigarra e a Formiga


A cigarra cantava no verão, enquanto que a formiga passava os dias a guardar comida para o inverno, quando o inverno chegou, a cigarra não tinha o que comer e foi procurar a vizinha formiga:
- Formiga, por favor, ajude-me, não tenho o que comer...
A formiga perguntou:
- Que é que você fazia no verão? Não guardou nada?
- No verão eu cantava... respondeu a cigarra.
- Ah, cantava? Pois dance, agora!

"Deve-se sempre prever o dia de amanhã".


A Raposa e o Corvo

Um corvo faminto furtou um belo queijo e, com ele no bico, voou para o alto duma árvore, a raposa o viu e gritou para o alto:
- Bom dia, belo corvo! Que lindas são as suas penas, que belo o seu porte, que elegante a sua cabeça! Sou capaz de jurar que um animal bonito assim há de ter também uma bonita voz! Cante, que eu quero ouvi-lo!
O corvo envaidecido, abriu o bico para cantar. E o queijo caiu na boca da raposa.

" Os elogios exagerados são sempre suspeitos."


A Gansa de Ovos de Ouro


Certa manhã, um fazendeiro descobriu que sua gansa tinha posto um ovo de ouro, apanhou o ovo, correu para casa, mostrou-o à mulher, dizendo:
- Veja estamos ricos!
Levou o ovo ao mercado e vendeu-o por um bom preço.
Na manhã seguinte, a gansa tinha posto outro ovo de ouro, que o fazendeiro vendeu a melhor preço. E assim aconteceu durante muitos dias. Mas, quanto mais rico ficava
o fazendeiro , mais dinheiro queria. E pensou:
" Se esta gansa põe ovos de ouro, dentro dela deve haver um tesouro!"
Matou a gansa e, por dentro, a gansa era igual a qualquer outra.

"Quem tudo quer, tudo perde."



O Menino e as Nozes

Um menino, ao ver um jarro cheio de nozes, meteu a mão para tirar algumas, apanhou tantas quanto pôde e tentou puxar fora a mão já cheia, mas a mão fechada com as nozes era mais grossa que a boca do jarro, não sabendo como livrar-se, começou a chorar.
A mãe socorreu.

"Quem tudo quer, nada tem."

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